Respondeu Satanás ao Senhor: Porventura, Jó debalde teme a Deus? Jó 1:9
Os pais de Bill Borden, da aristocracia britânica, fizeram fortuna em negócios imobiliários em Chicago e na mineração de prata no Colorado. Em 1908, aos 21 anos, o jovem Borden já possuía uma fortuna, em termos atuais, equivalente a 40 milhões de dólares. Bem apessoado, inteligente, educado e popular, em 1912, aos 25 anos, o milionário tomou duas decisões que se tornaram notícia. Ele doou toda sua fortuna: a metade para a pregação do evangelho, nos Estados Unidos, e a outra metade para as missões além-mar. Em segundo lugar, ele decidiu servir como missionário entre os muçulmanos, primeiro no Egito, para aprender o árabe, e depois em uma remota região na China.
Para o público, os jornais da época e mesmo para muitos cristãos, tais decisões pareciam um desperdício incrível, especialmente quando ele morreu de meningite cerebroespinhal pouco depois de ter chegado ao Cairo. Aparentemente ele havia jogado fora o dinheiro, a carreira e a vida. Com que propósito? O que leva uma pessoa a voltar as costas a tudo que a maioria julga importante e viver em obediência ao que crê ser a vontade de Deus para sua vida? Qual é a recompensa desse tipo de investimento?
O livro de Jó relata a fascinante história da fidelidade de um homem. Quando Deus o apresenta como exemplo de integridade, Satanás responde de modo desafiador: "Porventura, Jó debalde teme a Deus?" A palavra aqui traduzida por "em vão", "debalde" ou "inutilmente" é chave para toda a história. O diabo insinua que todo serviço a Deus não é senão um negócio vantajoso. "Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra Ti na Tua face" (Jó 1:11). O ataque vai direto ao coração da questão: Por que as pessoas servem a Deus? Tal acusação é poderosa, desconcertante e muito atual. Por que servimos a Cristo? Cínicos argumentam que a dedicação a Deus é condicionada por aquilo que podemos receber.
Satanás feriu Jó numa sequência impiedosa: os bens, a família e, finalmente, ele próprio. O patriarca da dor e do sofrimento, sem que soubesse, torna-se um espetáculo para o Universo que observa em silêncio o desdobramento do drama. Jó revela a pureza de sua motivação, e o diabo não aparece mais no livro. Você e eu podemos desmentir as acusações do inimigo.
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