sábado, 1 de fevereiro de 2014

A PEQUENA SERVA


Saíram tropas da Síria, e da terra de Israel levaram cativa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã. 2 Reis 5:2

Em uma de suas constantes invasões a Israel, os sírios levaram cativa uma pequena garota, talvez entre 12 e 14 anos. Teriam seus pais e irmãos sido exterminados ou vendidos como escravos? Além do fato de ela ser uma cativa em terra estranha e distante, nada mais sabemos dela. Não sabemos nem mesmo seu nome, a que tribo pertencia ou a cidade de origem. Mais uma vez, contudo, no cenário bíblico, um papel maior é desempenhado por um figurante menor.

Essa garota anônima não apenas nos surpreende. Ela toca nossas emoções. Sua vida havia sido arruinada. E quem era o responsável? O marechal de campo Naamã, o supremo comandante militar. Estrangeira, escrava, mulher, ela se encontrava na prateleira inferior da estrutura social da Síria. Tinha tudo para se tornar amarga, cínica e dominada por ressentimentos. Porém, como ela responde quando ouve que aquele que lhe causara tamanha dor está ferido de lepra? Ela não diz: "Oh, lepra, hein? É por isso que eu vi aquelas manchas terríveis. É um caso sem esperança. Dançarei em sua sepultura." Nesse drama, ela se destaca por sua fé em Deus. Certamente, essa humilde garota hebreia não sabia o que sua piedade, precisamente sua única distinção, haveria de realizar. Jamais poderia imaginar que sua história fosse imortalizada nos escritos sagrados.

À mercê de seus senhores pagãos, ela deve ter tido formidáveis questões em sua mente juvenil. Ela poderia ter rejeitado sua fé e suas raízes. Os pais, entretanto, piedosos israelitas, não haviam sido negligentes. No coração daquela criança, eles implantaram para sempre o temor do Senhor. Ela poderia ter escondido sua fé, mas não fez isso. Ela a usa. Que extraordinário encorajamento para todo aquele que se julga humilde e incapaz, limitado por circunstâncias adversas! A história dessa menina é a permanente lembrança de que, pela fé, podemos ser instrumentos de bênção para o mundo. Ela não busca revanche. Simplesmente confia nAquele que julgará todas as coisas. Ela perdoa Naamã. Torna-se um instrumento de cura e salvação. Com palavras que expressam simpatia, compaixão, convicção e fé, ela diz: "Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra" (v. 3). Ela faz, afinal, aquilo que toda a Bíblia nos ensina fazer.

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