A lei e o evangelho não podem ser separados. Em Cristo, “a misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram” (Sl 85:10). O evangelho não ignora as obrigações devidas a Deus por todo homem e mulher. O evangelho é a lei desdobrada, nada mais, nada menos. Ele não confere maior amplitude para o pecado do que a lei. A lei aponta para Cristo. E Cristo aponta para a lei. O evangelho chama o ser humano ao arrependimento. Arrependimento de quê? Do pecado. E o que é pecado? “É a transgressão da lei” (1Jo 3:4). Portanto, o evangelho convida os pecadores a abandonar sua transgressão [...]. Jesus, em Sua vida e morte, ensinou a mais estrita obediência. Ele morreu, o justo pelos injustos, o inocente pelos culpados, para que fosse preservada a honra da lei de Deus e, ainda assim, a humanidade não perecesse inteiramente.
A obra da salvação na aliança tanto do Antigo como do Novo Testamento é a mesma. [...]
Satanás está trabalhando com todo o seu poder enganador para enlaçar o mundo. Quer que acreditem que esse grande sacrifício foi feito a fim de abolir a lei de Deus. Representa Cristo em oposição à lei do governo de Deus no Céu e na Terra. Porém, o Soberano do mundo possui uma lei por meio da qual governa os seres celestiais e a família humana, e a morte de Seu Filho fixa a imutabilidade dessa lei além de qualquer dúvida. Deus não tem intenção de anular Sua grande norma de justiça. Por meio dessa norma, Ele define o que é um caráter reto. [...]
É necessário que cada ser inteligente compreenda os princípios da lei de Deus. Através do apóstolo Tiago, Cristo declara: “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos” (Tg 2:10). Tais palavras foram proferidas após a morte de Cristo. Portanto, a Lei esteve em vigor por todo aquele período. [...]
As pessoas podem falar de liberdade, do Evangelho da liberdade. Mas a influência da esperança evangélica não levará o pecador a considerar a salvação de Cristo como uma questão de livre graça, enquanto continuar vivendo em transgressão à lei de Deus. Quando a luz da verdade nasce em seu espírito, e ele compreende plenamente as reivindicações de Deus e percebe a extensão de suas transgressões, reformará seus caminhos. Irá se tornar leal a Deus mediante o fortalecimento obtido em seu Salvador, e levará uma vida nova e pura (Signs of the Times, 25 de fevereiro de 1897).
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